Princípio básico para acumular patrimônio

Princípio básico de acumulação de patrimônio

 

Todos nós em algum momento da vida nos deparamos com problemas que exigem gastos, mas nem sempre contamos com os recursos para esse tipo de situação. A reserva de emergência também é um investimento, mas ela precisa ter características particulares que possibilitem você usá-la caso precise (liquidez), mas sem deixar de ter uma boa rentabilidade.
Uma reserva com essas características pode ser algo muito útil em situações que fujam ao seu controle, especialmente quando você é assalariado e conta com basicamente os mesmos rendimentos todos os meses:
  • Em caso de acidentes, sinistros ou problemas similares;
  • Em caso de despesas médicas de urgência;
  • No caso de gastos com filhos, principalmente quando não planejados;
  • No caso de demissões ou desemprego;
  • Em caso de execuções ou custos legais;
  • No caso de mudanças ou viagens repentinas;

A reserva de emergência é, de certa forma, um quantia independente daquela que você utiliza multiplicar seu capital. A primeira grande característica que um fundo de emergência precisa ter é a liquidez.
Pense direito: se esse dinheiro está ali para uma emergência, ele precisa poder ser sacado com rapidez, sem perda dos rendimentos, sempre que você necessitar. Por essa razão, investimentos de alto risco ou aqueles com datas de resgate específicas estão descartados. Você precisa de algo de onde possa tirar o recurso sem perder dinheiro, mas também sem ter de esperar.

Contudo, antes de construir a reserva, é preciso dar alguns passos iniciais:

  1. Primeiro, organizar as contas mensais e principalmente suas despesas fixas. O capital para constituir a reserva virá do residual que existe em sua renda após o pagamento de todas as despesas que você tem de quitar todos os meses;
  2. Quitar suas dívidas é necessário, ou tal fundo de emergência já irá nascer sob o risco de ser gasto na primeira curva. Pague as dívidas atrasadas e deixe de usar créditos rotativos e financiamentos caros, como cheque especial e cartão, optando por alternativas mais baratas, como o crédito consignado ou empréstimos mediante garantia de bens;
  3. Uma vez limpo de dívidas e com contas organizadas, é preciso estabelecer metas de gastos: assim você saberá QUANTO é capaz, de fato, de guardar em sua reserva. O mesmo pode ser feito em relação a qualquer tipo de investimento em longo prazo;
  4. Crie uma prioridade no depósito de suas parcelas para contribuir com a reserva. Se você estabelecer outras prioridades, o dinheiro de emergência será gasto antes mesmo de ir para o fundo;
  5. Caso tenha necessidade de usar crédito ou ingressar em saldo devedor, prefira usar parte do dinheiro já constituído em reserva do que envolver-se em novas dívidas.
Bem, não há exatamente um tamanho ideal para um fundo de reserva. Contudo, proporcionalmente, você pode calcular o quanto deve manter em reserva com base em seus próprios rendimentos mensais.
Por exemplo, suponhamos que você ganhe R$ 7 mil líquidos por mês, e que possua despesas médias de R$ 5 mil. O grande erro é atrelar sua reserva ao custo de vida, quando na verdade você deveria atrelar à renda.
Por quê? Simples: se você constitui uma reserva capaz apenas de arcar com suas despesas, quando precisar dela irá utilizá-la de forma integral, além de não possuir o excedente que você precisa para viver.
De acordo com o perfil da pessoa, recomenda-se uma reserva de emergência que pode variar entre 3 a 6 meses de renda média. No caso citado, isso significaria um fundo com valores entre R$ 21 mil e R$ 42 mil.

Onde aplicar

A poupança pode até ser uma opção segura, mas seu rendimento é muito baixo, mesmo contando com o fato de que não há incidência de imposto de renda. Geralmente, fundos de investimento em renda fixa atrelados ao CDI são uma boa opção. Se você precisar usá-los antes de 180 dias, contudo, terá de pagar uma alíquota de IR de 22,5% sobre os rendimentos. Por outro lado, passando mais de 2 anos sem usar, essa alíquota cai para 15% apenas.
Os fundos atrelados ao índice DI geralmente rendem bem acima da inflação e um pouco mais que os juros de mercado ao ano. Há outras opções de fundo que permitem um resgate rápido sem a perda de todo o rendimento, por isso você pode inclusive diversificar o portfólio. Entretanto, alguns tipos de investimento devem ficar longe de sua reserva de emergência:
  • Ativos financeiros de renda variável, como ações e commodities;
  • Ativos fixos e investimentos patrimoniais, como imóveis;
  • Poupança ou contas remuneradas que rendam bem abaixo dos juros de mercado e muito próximos da inflação;
  • Moedas estrangeiras e outros ativos de grande oscilação.
A regra aqui é ser conservador. Mesmo que você possua um perfil agressivo como investidor, na hora de constituir um fundo de reserva é preciso ser mais convencional, optando por aplicações que ofereçam um rendimento previsível e uma facilidade grande de resgate.

Estabelecendo gatilhos

Usar ou não a reserva é o último passo que você precisa dar para constituí-la de forma eficiente. Trata-se de uma questão: usar ou não e quando.
A melhor maneira de tomar esse tipo de decisão é tomando-a antes mesmo de precisar de seu caixa reserva. Crie “gatilhos” que permitam a você determinar, por antecipação, que tipo de situações “permitem” a você fazer uso desse capital. E junto com eles, tente também criar mecanismos que estipulem prazos para que você reconstrua a reserva, nos mesmos patamares anteriores.
por: Rogerio Almeida Santana  (infomoney.com.br)