Em um contexto empresarial constantemente desafiador, compreender a viabilidade econômica de uma empresa é essencial para o seu sucesso e sustentabilidade. Entre as ferramentas mais cruciais para essa avaliação encontra-se o conceito de breakeven ou, em português, ponto de equilíbrio.
Independentemente do tamanho ou setor de atuação de uma organização, o break even é como uma bússola financeira que indica com precisão o ponto em que receitas e despesas se igualam.
O que é breakeven?
O termo “breakeven”, traduzido literalmente como “ponto de equilíbrio”, representa o ponto em que uma empresa não está nem lucrando, nem perdendo dinheiro. Em outras palavras, é o momento em que as receitas geradas pela venda de produtos ou serviços se igualam às despesas incorridas para produzi-los e comercializá-los.
Imagine a seguinte cena: uma linha em um gráfico, na qual um lado representa as receitas e o outro as despesas. O ponto em que essas duas linhas se cruzam é o ponto de equilíbrio. Abaixo desse ponto, a empresa está operando com prejuízo; acima dele, está gerando lucro.
Para muitos gestores e empreendedores, compreender o breakeven é como desvendar um código que revela a saúde financeira de sua empresa. Isso permite que eles tomem decisões informadas, como determinar a quantidade mínima de vendas necessárias para cobrir os custos ou identificar os momentos em que é possível começar a colher lucros.
Em essência, o break even é uma peça-chave do quebra-cabeça financeiro que ajuda a direcionar estratégias e garantir a longevidade de um negócio.
Diferença entre breakeven e payback
Tanto o break even como o payback são conceitos financeiros vitais para a gestão de empresas, mas fornecem insights distintos sobre a saúde e a viabilidade de um empreendimento.
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Como dito anteriormente, o break even indica que a empresa não está gerando lucro nem prejuízo naquele momento. Assim, ele se concentra em determinar o volume de vendas ou produção necessário para cobrir todos os custos, fornecendo insights sobre quando a empresa começa a ser lucrativa.
Já o payback é uma medida de tempo que indica quanto tempo levará para recuperar um investimento inicial, seja em um projeto, negócio ou ativo. Ou seja, trata-se de um indicador que avalia a velocidade com que o investimento se paga, expressando o período necessário para atingir esse retorno em meses ou anos.
Em resumo, enquanto o break even responde à pergunta “Quando seremos lucrativos?”, o payback responde à pergunta “Quando recuperaremos nosso investimento?”, tornando ambos valiosos, mas em contextos diferentes, para a tomada de decisões financeiras.
Como calcular o breakeven?
O cálculo do break even é fundamental para determinar o ponto em que uma empresa começa a ser lucrativa. Para fazê-lo, primeiro é importante compreender a diferença entre as despesas fixas e variáveis:
- Custos Fixos: São os custos que não variam com o nível de produção ou vendas da empresa. Eles permanecem relativamente constantes, independentemente do desempenho do negócio. Exemplos incluem aluguel, salários dos funcionários administrativos, seguros e depreciação de ativos;
- Custos Variáveis: São os custos que variam de acordo com a produção ou vendas da empresa. Quanto mais se produz ou vende, maior será a despesa variável. Exemplos incluem matérias-primas, mão de obra direta, embalagens e comissões de vendas.
A partir disso, é possível calcular o break even por meio da seguinte fórmula:
Break Even (BE) = Preço de Venda por Unidade – Custos Variáveis por Unidade
Exemplo de cálculo
Suponha que uma empresa de fabricação de móveis tenha os seguintes dados:
Custos Fixos Mensais: R$ 10.000
Preço de Venda por Móvel: R$ 500
Custos Variáveis por Móvel: R$ 300
Usando a fórmula do break even:
BE = 10.000 / 500 – 300
BE = 10.000 / 200
Break Even = 50
Portanto, a empresa precisa vender 50 móveis para cobrir todos os custos e alcançar o ponto de equilíbrio. Abaixo de 50 unidades vendidas, a empresa estará operando com prejuízo; acima disso, estará gerando lucro.
Esse cálculo ajuda os gestores a entenderem quantos produtos ou serviços precisam ser vendidos para cobrir os custos fixos e variáveis, sendo uma ferramenta valiosa para tomada de decisões estratégicas e planejamento financeiro.
Como analisar o ponto de equilíbrio?
Além do cálculo do break even, analisar o ponto de equilíbrio é crucial para a gestão financeira de uma empresa, pois fornece informações valiosas sobre a saúde do negócio e ajuda a tomar decisões estratégicas. E como fazer isso? Siga este passo a passo:
- Comparação com as Vendas Reais: Compare o break even com as vendas reais da empresa. Se essas vendas estiverem acima do ponto de equilíbrio, a empresa está gerando lucro. Se estiverem abaixo, está no prejuízo. Essa comparação pode indicar a necessidade de ajustar estratégias de vendas ou reduzir custos;
- Sensibilidade às Mudanças: Analise como o ponto de equilíbrio é afetado por mudanças nos custos fixos, custos variáveis ou preços de venda. Isso ajuda a identificar áreas de risco e oportunidades;
- Margem de Segurança: Calcule a margem de segurança, que é a diferença entre as vendas atuais e o ponto de equilíbrio. Quanto maior a margem de segurança, mais seguro é o negócio. Isso indica a capacidade da empresa de absorver quedas nas vendas sem entrar em prejuízo;
- Tomada de Decisões: Use o ponto de equilíbrio como base para tomar decisões estratégicas. Se a empresa deseja aumentar seus lucros, pode definir metas de vendas acima do ponto de equilíbrio. Se está considerando a introdução de um novo produto, o ponto de equilíbrio ajuda a avaliar se o investimento é viável;
- Monitoramento Contínuo: A análise do break even não é um exercício único. Deve ser realizado regularmente para acompanhar as mudanças nas condições de mercado e na estrutura de custos. À medida que a empresa cresce e evolui, o ponto de equilíbrio também pode mudar;
- Integração com Outras Métricas Financeiras: Considere o break even em conjunto com outras métricas financeiras, como o payback, a margem de lucro e o retorno sobre o investimento (ROI).
O break even permite que os gestores compreendam a relação entre custos, vendas e lucros, fornecendo insights valiosos para tomar decisões informadas e garantir a sustentabilidade financeira do negócio. É uma ferramenta fundamental na caixa de ferramentas de qualquer empreendedor ou gestor financeiro.